domingo, 1 de agosto de 2010

Estilista Mineiro: Renato Loureiro

O post de hoje seria com Luiza Barcelos mas como ela esta super aterefada com o lançamento de sua coleção de verão, que a propósito, será amanhã em sua loja no Shopping Diamond em BH, ficará para o próximo domingo.
Consegui em alguns sites uma entrevista e breve histórico sobre Renato Loureiro. Não confundam com Reinaldo Lourenço, ex-marido de Glória Coelho, por que eu, na época em que não acompanhava os desfiles confundia os nomes.
Renato faz trabalhos maravilhosos, e utiliza vários tipos de tecidos, como algodão, seda, tricô e é um grande mestre em patworks. Chegou a ter uma loja própria na savassi, em uma galeria muito bonita aonde havia também Elisa Atheniense, Mabel Magalhães, Patachou, mas essa galeria foi desativada restando apenas a loja da Patachou por ser a única loja com uma entrada voltada diretamente para a rua. A muito ele não lança suas coleções no São Paulo Fashion Week, fiz uma pesquisa na internet e o que consegui encontrar de mais recente está neste post.
Fonte: site uol

Renato Loureiro emergiu do chamado Grupo Mineiro de Moda, nos anos 70, do qual era um dos integrantes mais ativos. Influenciou-se no início pela mãe, fazedora de vestidos, mas é autodidata.
Radicado em Belo Horizonte, desenvolveu toda a carreira na capital mineira, e até hoje mantém na cidade seu ateliê. O apego às raízes se nota em suas criações, cheias de elementos do artesanato regional.
O estilista mantém-se antenado às tendências mundiais e bebe de fontes japonesas, influência que pode ser observada pelo uso recorrente de plissados e dobraduras. A isso tudo, acrescente-se o uso de muitas cores e mistura de tecidos.
As roupas Reinaldo Loureiro são feitas exclusivamente para mulheres. Desde o início do São Paulo Fashion Week, o lançamento de suas coleções acontecem no evento. A única ausência foi em 2003.
Na edição seguinte, em janeiro de 2004, o estilista voltou em grande estilo lançando as criações para o inverno, com uma pequena surpresa ao público. Dois cavalos cruzaram a passarela, um abrindo e outro fechando o desfile. Os animais, legítimos puro sangue lusitanos, ajudaram a compor um ambiente de Jockey Club, o mote para a glamourosa coleção.
No São Paulo Fashion Week, quando foram lançadas as coleções para o verão de 2004-2005, Loureiro apresentou uma série enxuta de criações em que radicalizou no multicolorido e nas texturas em patchwork, resultado da parceria com a artista plástica Maria Amélia. Sobre o desfile, a jornalista e crítica de moda Costanza Pascolato fez o seguinte comentário: "O trabalho de Renato Loureiro com Maria Amélia faz com que cada roupa seja uma tela diferenciada".
O estilista vende suas coleções em 150 multimarcas do Brasil

Renato Loureiro é estilista, professor, administrador. Seu nome está registrado na moda mineira e nacional, com eventos marcantes, que vão da criação do Grupo Mineiro de Moda (GMM), do qual foi um dos fundadores, até várias participações do São Paulo Fashion Week (SPFW). Em entrevista exclusiva para a Revista Ragga, Renato Loureiro lembra casos da infância, fala de sonhos, futuro e do prazer em ensinar. Simpático, culto e reservado, após a entrevista ficou a certeza de que tem sorte quem convive com ele – dentro e fora da sala de aula.
Como se tornou responsável pelo Grupo Mineiro de Moda (GMM), nos anos 1970?

Sou um dos mentores do grupo mineiro de moda, falo até que eu era o ‘’bendito é o fruto entre as mulheres’’, o único homem no meio dessa mulherada toda. E pelo fato de ser conciliador e tal, acabei sendo o porta-voz do grupo. Ele nasceu nos anos 1980. Até então a gente já tinha uma moda em Belo Horizonte, mas eram confecções pequenas e podíamos fazer coisas mais ousadas. Com isso, surgiu uma curiosidade dos compradores de São Paulo e do Rio. Eles vinham para BH comprar uma ou outra marca e, de repente, isso começou a crescer. Juntamos uma turma, fizemos várias reuniões e ficaram dez marcas, que foram bandeirantes mesmo, saíram desbravando abrindo caminhos e deu certo. Já nascemos meio ousados, fizemos os primeiros lançamentos em São Paulo e no Rio, cada um tinha uma parte e foi um sucesso louco. Não era uma feira, era um consórcio. Não tinha a intenção de ganhar muito dinheiro. Em eventos de moda sempre há alguém que organiza e ganha dinheiro, mas não tinha nada disso. Era natural mesmo, acho que por essas razões é que deu certo.
Você considera que tudo o que a moda mineira tem sido para o cenário do Brasil e do mundo, foi devido ao grupo mineiro de moda?

Com certeza, foi um divisor de águas. Acho que o Grupo Mineiro foi o desbravador mesmo, porque, realmente, não tínhamos profissionais especializados em nada de moda. Belo Horizonte não tinha nada, nem fotógrafo de moda, não se podia fazer um catálogo, tudo era feito fora. Para se fazer um desfile em BH, não tinha nem um refletor, tudo vinha de São Paulo, e tudo isso se criou depois da nossa consolidação. O Grupo Mineiro de Moda foi o causador de tudo isso, claro que sozinho não teria resistido, milhões de outras marcas ajudaram a moda mineira. Mas quem saiu abrindo a estrada foi o GMM, sem dúvida nenhuma.
Qual sua formação?

Administrador de empresas (risos). Trabalhei muito tempo na L’Oreal, uma multinacional. Mas nasci no meio de moda, minha mãe era modista. Na minha casa entrava e saia gente toda hora, então fiquei conhecendo aquele vocabulário de moda, prestava muita atenção, mas nunca imaginava que ia mexer com isso. Existia dentro de mim alguma coisinha que me incomodava. Montei uma loja com a minha irmã, que de certa forma revolucionou. Era uma loja de moda que chamava Gulp, na Savassi. Sempre me preocupei com a idéia de ser original. Eu dava um palpite, minha mãe ajudava na modelagem, nem tinha modelagem naquela época, começou a dar certo meus vestidos. Senti que já estava na hora de lançar uma marca própria. Aí, fiz uma loucura na época, tinha um superemprego, ganhava superbem, viajava o Brasil inteiro pela L’Oreal Paris e resolvi largar tudo. Sempre autodidata. Decidi me jogar nesse negócio, comprei uma malharia e nunca mais parei. O mineiro preocupa tanto com moda, que em determinados momentos até exagera, tanto é que em certos eventos, em outras cidades do Brasil, nunca alguém vai em casa depois do trabalho para trocar de roupa. Vai direto para um coquetel. Aqui, vai para casa tomar banho, vai ao salão para depois sair. É uma atitude mineira que até fortalece a nossa moda. Quase todo mundo por aqui tem algum histórico da moda em casa, ou da mãe ou de algum parente. O mineiro gosta de moda.
Você está dando um tempo definitivo no São Paulo Fashion Week (SPFW)? E na sua moda também?

O SPFW, para mim foi um marco. Já tinha dado minha cara a tapa, participei de vários eventos, tinha showroom em são Paulo. Participei desde o primeiro, fui um dos fundadores do evento, uma das primeiras marcas que foram convidadas a participar. Foram 10 anos e vinte desfiles, isso escancarou minha marca. Mas nunca fui um bom administrador apesar da formação, apaixonei tanto por moda que eu deixava a parte de financeira e estava sendo advertido sempre, pelo meu administrador. O SPFW te põe na estrada mais ele não garante uma retaguarda de vendas. Trabalha com o estilista, não trabalha a marca do estilista, como resultado de venda e isso é importante. Ele é o grande momento do estilista, para mostrar seu trabalho, mas não tem comprador, tem imprensa, formadores de opinião é uma questão de mercado mesmo. É um Marketing vigoroso, mas ele não pega o cliente dali e leva-o ao showroom para comprar. Nem sempre o que investia dava retorno financeiro e, sim, um retorno de imagem incrível. Mas passou a não ser mais suficiente. Eu amo o SPFW e qualquer evento de moda. Mas deixei de fazer uma vez o desfile, depois de dez anos, para ver o que acontecia, senti uma resposta comercial melhor. Depois voltei, fiz mais duas vezes e tive alguns problemas pessoais e resolvi não ter mais uma empresa grande, com toda aquele estrutura. Fui diminuindo e resolvi montar um estúdio de moda. Toda estação lanço uma coleção pequena, de 20 a 30 peças, para os clientes que eu tenho espalhados pelo Brasil, que querem a marca Renato loureiro, mas que não obedecem a um calendário. Vivo de moda, respiro moda, desde quando acordo até a hora que eu durmo, é o amor da minha vida. Falar de moda é comigo mesmo, meus alunos até me colocam pra fora de sala, de tanto que eu falo (risos).
O Renato loureiro tem algum trabalho social?

Tenho, mas não tão expressivo. Hoje consigo separar quando uma pessoa precisa de ajuda para subir e quando ela está pegando a minha ajuda e ganhando alguma coisa. Quando ela quer isso eu dou, só que tem um custo. Ajudo todos os meus alunos quando eles precisam, dou tecido com o maior prazer. Todas as pessoas que estão começando que me mandam e-mail, pedindo dicas eu dou, vejo que a pessoa está verdinha, começando. Então esse tipo de auxílio eu faço, já fiz trabalhos com cooperativas, sem nenhuma troca, pelo simples prazer de ajudar. Fiz isso ao longo da minha vida.
Como é sua rotina?

Minha rotina é supercaretinha, adoro ir ao cinema, vou pelo menos quatro ou cinco vezes por semana. DVD é só para rever, filme mesmo é no cinema. Tenho grandes idéias quando vou ao cinema. Tipo: “Nossa, essa musica ficaria bárbara num desfile, nunca imaginei que essa gola daria certo numa situação dessas”. Sempre estou me alimentando de idéias, ensino muito isso para os meus alunos, a se alimentarem igual a mim, saírem de manhã olhando tudo, tudo é uma informação até a não-informação interessa.
O que mais gosta de fazer e o que você menos gosta?

Gosto de fazer tanta coisa. Além de ir ao cinema, adoro ler tudo de moda, biografia de pessoas famosas. Odeio qualquer tipo de burocracia, odeio papel, contrato eu não quero ler. Sou completamente avesso a limites, prazos de moda eu cumpro todos. Não gosto de pessoas que não são verdadeiras, não de mentirinhas de brincadeira, não gosto é de falsidade mesmo. Acredito muito nas pessoas e tenho me magoado muito com pessoas em quem depositei total confiança e me decepcionei.
Em que você acha que a moda que está surgindo é diferente da sua?

A moda está sempre mudando e isso se reflete dos anos 1920 e assim por diante. Ela está sempre se movendo. O que muda é você mesmo e não a moda. Mas minha moda reflete a transformação que estamos vivendo.
Quem é sua grande inspiração na vida, por quê?

Meu amor pela moda, eu respiro moda, o meu vicio é a moda.
Qual seu filme e livro preferido?

Então, acho que filme ‘Labirinto do Fauno’, que retrata exatamente o poder da transformação. O livro que eu estou lendo agora é ‘A Praia’.
Que moda você adotou que parecia muito legal na época, mas hoje lhe parece ridícula?

Já fui mais ousado, lembro de algumas coisas (risos). Mas acho que calça de veludo molhado e calça boca de sino.
Qual sua maior meta para este ano? (2008-2009)

Tenho 30 anos de moda, vou muito pelo instinto, estou tendo muitos desafios de pensar contra minha moda. Mas sou muito determinado gosto de desafios. A vantagem de envelhecer é ter sabedoria. Gosto de ir muito pelo instinto. Quero continuar meus projetos. Gosto dos desafios de pensar contra minha própria moda, quero fazer uma roupa independente do preço e se vai ser vendida ou não.
Como será a moda daqui a cem anos?

(Risos) Mais simples e com mais atitude. Extrair do seu gosto o seu próprio estilo. As pessoas não vão mais ser vitimas da moda. A própria personalidade é quem vai definir os estilos.

*Trechos de entrevista concedida a revista Ragga em 07/11/2008

Desfile de sua coleção de verão 2004/2005

Inverno 2005

Acho que este desfile de inverno foi sua última participação no SPFW. Sou super fã de seu trabalho pois ele trabalha muito com cores, coisa que amo, patworks, trabalhos manuais e tricô.  É sem dúvida nenhuma um grande talento da moda mineira e contribuiu de forma decisiva para a solidificação do setor de moda no país.
Gostaria de ter encontrando algo mais recente, mas não consegui e também alguma forma de contato com ele. Se conseguir prometo fazer um novo post pois minha intenção é que cada um me conte, pessoalmente ou via email sobre seu trabalho. Tenho um vestido lindo dele, tenho uma foto, vou encontrá-la e postar aqui depois.
Grande beijo a todos!

2 comentários:

Eu tenho layout, bem! disse...

Ei Aline, achei super interessante esse post! Vai ser mesmo muito legal você falar um pouco sobre os estilistas, abrindo assim um espaço de discussão e conhecimento para quem não conhece algun trabalho.

Gosto muito do Reinaldo e da profusão de cores do seu trabalho. Acho ele bem autêntico e centrado no seu jeito de pensar e fazer moda :)

Adorei o post!

Um beijo grande,
Nina.

Flávia Shiroma disse...

Renato Loureiro!! Show vc falar dele! Parabéns pela escolha.
Fiquei muito feliz ao ver seu recadinho no meu blog e adorei o: "trinta e muitos...!" rsrs.... e eu completo: "... e com tudo em cima!" rs... Adorei seu blog Aline.
Vamos sempre manter contato ok?
Um grande abraço mineirinha!
:)

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